Enquanto pesquisadores e cientistas buscam uma luz no fim do túnel para vencer o Coronavírus, a economia sente os impactos severos decorrentes das ações de isolamento social recomendadas por autoridades de todo o mundo.
Já no início de março, antes mesmo da OMS reconhecer o espalhamento global do vírus e das modificações nas relações sociais e de trabalho, a Índia passou a restringir a exportação de insumos farmacêuticos e medicamentos visando proteger sua própria cadeia de suprimentos. Na Europa, por exemplo, alguns países suspenderam a exportação de máscaras de uso médico.
Recentemente, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura começou a avaliar e projetar os possíveis impactos negativos na cadeia global de alimentos para os meses de abril e maio. No Brasil, a JBS, maior processadora de carnes do mundo, disse que ainda é cedo para mensurar os impactos do Coronavírus, mas aposta na recuperação da China para manter o fluxo de exportações ainda em 2020.
Em contrapartida, muitos modelos de negócios estão se adaptando às demandas por delivery e aos e-commerce. No entanto, há uma visível disparidade nas vendas de produtos básicos e de saúde e higiene perante outros segmentos que vêm registrando quedas significativas. Com a expansão da COVID-19, cada nuance do cenário logístico global aponta para gargalos, respostas rápidas e mudanças estratégicas nas operações e no gerenciamento dos riscos operacionais.
Riscos acentuados
Vivendo uma verdadeira montanha russa de demandas urgentes e fluxo dinâmico, toda a cadeia logística global sofre impactos diversos. Portos brasileiros seguem trabalhando com novos protocolos que diminuem a velocidade dos processos e o modal já sente a queda nas taxas de frete.
O transporte rodoviário, responsável por 61% de toda a movimentação de cargas em território nacional, já sofre as consequências da recessão ocasionada pela pandemia, mesmo trabalhando ininterruptamente para manter o abastecimento do País. Caminhoneiros relatam a falta de serviços essenciais à atividade, como restaurantes de estrada, borracharias, serviços mecânicos e lojas de peças de reposição para seus veículos, o que dificulta a rotina desses profissionais e influencia diretamente em sua segurança e na das cargas.
Enquanto o Ministério da Infraestrutura segue implementando medidas para o funcionamento de portos, cabotagem, transporte fluvial e rodoviário no país durante a pandemia, as empresas do setor precisam enfrentar a maximização de riscos como acidentes operacionais, atrasos, quebras contratuais, roubos de cargas, entre outras ameaças que podem se intensificar na atual conjuntura. A repentina necessidade de adaptação a esse período expõe os players do setor a situações incomuns e perigosas que, consequentemente, elevam as ameaças operacionais em todos os modais.
Precauções tangíveis
Mesmo diante da desaceleração econômica mundial, o momento requer ainda mais esforços e cuidados na atuação logística, principalmente no que diz respeito à avaliação das coberturas de Seguro Transporte contratadas, afinal, mesmo que a maioria das apólices não anteveja situações sem precedentes como a que estamos vivendo, elas podem ajudar a atenuar os efeitos da crise gerada pelo COVID-19. Além disso, o domínio técnico das operações é primordial para sustentar as demandas, logo, o Gerenciamento de Riscos em transporte e logística deve ser aprimorado.
“Na atual conjuntura, é necessário evidenciar que o processo logístico está diretamente exposto a estas questões sociais. Agora, mais do que nunca, é essencial lembrar ao mundo que mais importante do que produzir, é escoar a produção”, ressalta Rodrigo Fugishima, Gerente Executivo de Transporte, Aeronáutico e Casco da MDS Brasil. “E , caso não haja a possibilidade da cadeia logística manter as entregas, que haja proteção para não desequilibrar o desempenho financeiro, pois diante das medidas de restrição que estão impactando o consumo geral da população com o fechamento de serviços não essenciais, o transporte de cargas sofre também as consequências ” reforça o executivo.
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