A época do Carnaval é muito aguardada para quem gosta de festejar. Mas a combinação de calor com alguns descuidos pode prejudicar até quem não tem o perfil de folião. Para evitar contratempos e outras consequências de saúde que podem durar muito mais do que um feriado, é importante manter alguns cuidados simples.
Infecções Sexualmente Transmissíveis
A transmissão de ISTs, como também são conhecidas as infecções sexualmente transmissíveis, acontece em todas as épocas do ano. No entanto, no Carnaval pode haver aumento dessa propagação, uma vez que é uma festa propícia a consumo de álcool e outras substâncias que alteram o estado de consciência e atrapalham nos cuidados com a prevenção.
Doenças como sífilis, HIV, hepatites virais, herpes genital e HPV são as mais comuns e, se não forem diagnosticadas e tratadas adequadamente, podem trazer grandes prejuízos para a saúde, que vão desde infertilidade ou câncer e até morte.
Todas essas infecções acontecem por meio de relações sexuais sem proteção e costumam se manifestar por feridas, corrimento, verrugas, dores na pelve, ardor ao urinar, lesões de pele e aumento de ínguas. Geralmente, aparecem nos órgãos genitais. Contudo, também podem ocorrer nas palmas das mãos, olhos ou língua.
Outra informação importante é que algumas dessas ISTs podem não apresentar qualquer sintoma – principalmente em estágios iniciais – ou ainda, os sintomas podem desaparecer de forma espontânea, fazendo parecer que a infecção foi curada.
Por esses motivos, a recomendação é buscar um serviço de saúde após qualquer relação desprotegida. Por meio de testes, é possível realizar um diagnóstico precoce e iniciar o tratamento adequado.
Para evitar todos esses transtornos, seja no Carnaval ou não, a solução é simples: usar preservativo em todas as relações. É seguro, acessível e fácil de usar!
Desidratação
Muito frequente durante o Carnaval, o consumo de álcool traz riscos de diversas naturezas, e um deles é a desidratação do corpo. Como a pessoa se mantém ingerindo bebidas alcoólicas por longos períodos, acaba tendo a falsa impressão de que está hidratada.
No entanto, o álcool bloqueia o ADH, que é o hormônio responsável por reter água nos rins. Com isso, a produção de urina aumenta, e o organismo acaba eliminando mais líquidos.
Além disso, consumir bebidas alcoólicas faz a temperatura do corpo aumentar e eliminar líquidos através do suor, atrapalha a absorção de água pelas paredes do intestino e ainda facilita a eliminação de sódio e potássio por meio da urina.
Para evitar a desidratação sob altas temperaturas, a recomendação é consumir água, chás e sucos em abundância; e é preciso redobrar esses cuidados com hidratação quando há bebida alcoólica.
Insolação
Seja desfilando em blocos de rua ou descansando na praia, o sol arde para todos. E, em situações extremas, pode causar insolação, que é o aumento excessivo da temperatura do corpo.
As recomendações para evitá-la não são novidade, mas é sempre bom reforçar! Além de evitar se expor ao sol nos horários entre 10h e 16h e de aplicar (e reaplicar) o filtro solar no corpo todo, é preciso ir além: utilizar bonés ou chapéus, óculos escuros e, quando possível, roupas com fator de proteção UV. Na hora de escolher a fantasia, opte por tecidos leves e evite aqueles que ficam muito apertados no corpo.
Os sintomas menos graves de insolação passam por dores de cabeça, tontura, náuseas e vômitos, temperatura do corpo elevada e pulso acelerado. Porém, pode haver confusão mental, dificuldade de respiração e até desmaios.
Para reverter esses quadros, é preciso diminuir a temperatura corporal e aumentar a hidratação. Para isso, as soluções podem ser banhos gelados, ingestão de líquidos e repouso em um local ventilado. Se os sintomas demorarem a desaparecer, é recomendado atendimento médico.
Infecções Alimentares
Também conhecidas como infecções gastrointestinais, as infecções alimentares são causadas pela ingestão de água ou alimentos contaminados por bactérias (Salmonella sp e Staphylococcus aureus, por exemplo), que se alojam no intestino.
Os casos de contaminação se dão por falta de higienização ou armazenamento inadequado dos preparos, por exemplo. Contudo, também pode acontecer a contaminação cruzada, que é quando a bactéria é levada de um alimento para outro. As contaminações costumam ser mais frequentes no verão porque, em temperaturas altas, as bactérias se proliferam de forma mais rápida.
Os principais sintomas são dores e cólicas abdominais, diarreia, náusea e vômitos, desidratação, fadiga, febre baixa, perda de apetite e sangue nas fezes ou na urina. Embora esse tipo de infecção seja comum e facilmente tratável, é preciso ter atenção a idosos, crianças, gestantes e pessoas doentes para que o caso não se agrave.
Para evitar infecções alimentares, a recomendação é beber somente água filtrada ou mineral; higienizar devidamente tanto os alimentos quanto os utensílios de preparo; não misturar alimentos crus com os já cozidos e mantê-los sempre em refrigeração, não consumir alimentos expostos há muito tempo (como na praia, por exemplo) e sempre buscar saber a procedência das refeições. Com equilíbrio, consciência e cuidados simples, o Carnaval fica livre de imprevistos e complicações!
Fontes:
Ministério da Saúde
https://bvsms.saude.gov.br/insolacao/#:~:text=%E2%80%93%20podem%20ser%20aplicadas%20compressas%20de,procurar%20atendimento%20m%C3%A9dico%20de%20emerg%C3%AAncia.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/148doencas_alim_agua.html
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2024/fevereiro/ministerio-da-saude-lanca-campanha-de-carnaval-com-foco-na-prevencao-as-infeccoes-sexualmente-transmissiveis#:~:text=Caso%20apresente%20exposi%C3%A7%C3%A3o%20sexual%20com,Previna%2Ds!
Conteúdo produzido pela equipe de Gestão de Saúde da MDS Brasil
Responsável Técnico: Claudio Albuquerque, Diretor Médico da MDS Brasil – CRM 188683