Deixar de viver tanto tempo em frente às telas pode melhorar sua saúde mental e ajudar você a realizar suas resoluções de ano novo.
BaixarSegundo a plataforma DataReportal, o número de usuários das redes sociais continua crescendo no mundo (subiu 5,6% em relação ao ano passado). No Brasil, a média de uso da internet por pessoa é de 9 horas e 13 minutos por dia – sendo a maior parte (97%) desse tempo nas redes sociais. Esses números colocam o país em segundo lugar do ranking mundial de uso da internet.
Quando o assunto é televisão, o cenário não é muito diferente: o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking mundial de tempo gasto assistindo ao aparelho. Em média, são 4 horas diárias em frente à tela da TV, sendo que 20% desse tempo é gasto com serviços de streaming, como Netflix e Prime Video.
Seja pelo computador, pelo console ou pelo celular, o mundo dos games é populado por milhões de pessoas. Segundo a Pesquisa Game Brasil, cerca de 74% dos brasileiros afirmam jogar algum jogo digital.
É preciso se perguntar: qual atividade longe dela ocupa tanto o seu tempo? Provavelmente, a resposta será "nenhuma".
Perguntas rápidas: quantas horas você consegue ficar sem checar seu telefone? Ou ainda: quanto tempo você consegue ficar longe do seu telefone? Isso te causa ansiedade?
De acordo com o dicionário Michaelis, o termo nomofobia se deriva do inglês: No (não) mo (mobile/celular) pho (fone) phobia (fobia).
Ou seja, refere-se ao medo mórbido de ficar sem celular e, em decorrência disso, incomunicável com o mundo. Esse tipo de fobia pode provocar dor de cabeça, falta de ar, ansiedade e taquicardia.
Um estudo da National Library of Medicine, dos Estados Unidos, definiu a nomofobia como uma ameça à saúde física, mental e social das pessoas, e alerta para a possibilidade de uma epidemia de saúde pública.
Como se trata de um fenômeno recente, ainda não há um consenso a respeito das causas, mas sabe-se que é um distúrbio causado por múltiplos fatores: sociais, funcionais, orgânicos e de saúde. Sabe-se também que o vício em redes sociais também contribuiu para esse tipo de fobia.
Nosso cérebro produz substâncias, chamadas de neurotransmissores, que transmitem informações entre os neurônios e são responsáveis por regular atividades como apetite, sono e humor. A dopamina e a serotonina, por exemplo, causam sensação de bem-estar.
Quando o cérebro identifica uma situação como “boa”, isso gera um estímulo positivo para que essa situação se repita. É o que os psicólogos comportamentalistas chamam de "reforço positivo".
Nas redes sociais, curtidas, comentários e atualizações dos feeds funcionam como reforços positivos constantes, o que explica a necessidade das pessoas de checarem seus telefones constantemente e a dependência do aparelho.
Além da nomofobia, o uso excessivo do celular pode piorar quadros de estresse, depressão e ansiedade em diferentes gerações.
As telas estimulam o cérebro na hora de dormir e ainda emitem a luminosidade que prejudica a liberação da melatonina (o hormônio do sono).
As redes sociais podem impactar de forma negativa na autoimagem corporal, gerando insatisfação e prejudicando a autoestima dos usuários.
Manter o pescoço inclinado para baixo enquanto usa o celular sobrecarrega a musculatura e as articulações, podendo ocasionar dores na nuca, ombro e dorso.
Os condutores que usam celulares enquanto dirigem têm cerca de 4 vezes mais chances de estarem envolvidos em um acidente.
Fora os impactos das telas na atividade cerebral dos bebês e crianças, a exposição prolongada às telas também pode prejudicar a formação dos olhos de bebês e crianças.
Por isso, a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda adiar ao máximo o uso de telas por bebês e crianças (seja do celular ou da televisão) e limitar os tempos de exposição conforme abaixo:
De 0 a 2 anos de idade
sem telas (mesmo que passivamente)
De 2 a 5 anos de idade
uma hora por dia, com supervisão dos pais ou responsáveis
De 6 a 10 anos
uma a duas horas por dia, no máximo, e sempre com supervisão
Adolescentes (11 a 18 anos)
de duas a três horas por dia, e nunca deixar “virar a noite”
Se você se identifica com as situações que trouxemos e quer sair da armadilha digital, siga nossas dicas:
Evitar levar o celular para o quarto na hora de dormir
Saiba mais
Usar aplicativos que limitam o tempo de uso de aplicativos
Saiba mais
Praticar atividades físicas (de preferência, ao ar livre)
Saiba mais
Encontrar familiares e amigos pessoalmente sempre que possível
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Ler livros e revistas impressos
Saiba mais
Realizar atividades manuais (artesanato, culinária, música)
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Fazer anotações à mão, como números de telefone e listas de compras
Saiba mais
Buscar ajuda profissional se os sintomas se agravarem
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Responsável Técnico:
Dr. Claudio Albuquerque
Diretor Médico da MDS Brasil
CRM 188683
Fontes:
Abranet
DataReportal
Instituto de Psicologia da USP
National Library of Medicine
UFSM
Center for Internet & Technology Addiction
UFMG
Instituto do Sono
Universidade de São Paulo
Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia
OMS