Em um mundo onde cores, formas e sons são percebidos de um jeito diferente, o amor e o cuidado são capazes de acalmar a pior tormenta.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) – ou só “autismo”, como é popularmente conhecido – é uma condição neurológica que afeta o comportamento, a comunicação, a interação social e a forma como o indivíduo percebe e interage com o mundo à sua volta.
O termo, que vem do grego "autos" e significa "eu" ou "mesmo", faz referência ao comportamento de introspecção excessiva observado nos indivíduos com essa condição. Com o tempo, os avanços científicos permitiram compreender o autismo enquanto um espectro – daí aquele nome mais formal ali em cima –, ou seja, composto por uma gama de características e intensidades influenciadas tanto por fatores genéticos quanto ambientais. E por falar em história...
O psiquiatra Leo Kanner publica obra que descreve padrões comportamentais de crianças com maneirismos motores e aspectos não usuais na comunicação – como a inversão de pronomes e a tendência ao eco –, utilizando o termo “autismo infantil precoce”.
A Associação Americana de Psiquiatria publica a primeira edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais DSM-1. Nela, os diversos sintomas de autismo ainda eram classificados como um subgrupo da esquizofrenia infantil, não sendo entendido como uma condição específica e separada.
Época em que a crença mais comum era de que o autismo era causado por pais emocionalmente distantes (hipótese da “mãe geladeira” de Leo Kanner). Nos anos 60, porém, crescem as evidências de que ele seria um transtorno cerebral presente desde a infância.
Diagnosticada com Síndrome de Asperger (distúrbio que faz parte do espectro autista), Temple Grandin, especialista em manejo de gado com fama internacional, cria a “Máquina do Abraço”, aparelho que simulava um abraço e acalmava pessoas com autismo.
O psiquiatra Michael Rutter classifica o autismo como um distúrbio do desenvolvimento cognitivo, criando um marco na compreensão do transtorno, e propõe uma definição com base em quatro critérios:
Pela primeira vez, o autismo é reconhecido como condição específica e colocado em uma nova classe, a dos Invasivos do Desenvolvimento (TID) que reflete o fato de que múltiplas áreas de funcionamento do cérebro são afetadas pelo autismo e pelas condições a ele relacionadas.
A psiquiatra Lorna Wing desenvolve o conceito de autismo como um espectro e cunha o termo Síndrome de Asperger, em referência à Hans Asperger. Seu trabalho revolucionou a forma como o autismo era considerado, e sua influência foi sentida em todo o mundo.
ONU institui o dia 2 de abril como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo para salientar a importância de conhecer e tratar o transtorno. Em 2018, o 2 de abril passa a fazer parte do calendário brasileiro como Dia Nacional de Conscientização sobre o Autismo.
É sancionada, no Brasil, a Lei Berenice Piana (12.764/12), que instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, determinando o acesso a um diagnóstico precoce, tratamento, terapias e medicamento pelo SUS; à educação e à proteção social; ao trabalho e a serviços que propiciem a igualdade de oportunidades.
Todas as subcategorias do autismo passam a fazer parte de um único diagnóstico: o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Os indivíduos são agora diagnosticados em um único espectro com diferentes níveis de gravidade.
A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (13.145/15) cria o Estatuto da Pessoa com Deficiência, símbolo importante na defesa da igualdade de direitos dos deficientes, do combate à discriminação e da regulamentação da acessibilidade e do atendimento prioritário.
Entra em vigor a Lei Romeo Mion, cujo texto cria a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), emitida de forma gratuita. O documento é um substituto para o atestado médico e tem o papel de facilitar o acesso a direitos previstos na Lei Berenice Piana.
No Brasil, estima-se que aproximadamente 2 milhões de pessoas possuam algum grau do TEA. O diagnóstico costuma ocorrer entre 18 meses e 3 anos de idade, que é também quando os primeiros sinais começam a aparecer. Mas que sinais são esses? Confira os mais comuns:
É importante ter em mente que a análise para um diagnóstico assertivo do TEA vai muito além de uma simples observação cotidiana de sinais. O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5 rotula estes distúrbios como um espectro justamente por se manifestarem em diferentes intensidades ou níveis de suporte.
O autista apresenta prejuízos leves, que podem não o impedir de estudar, trabalhar e se relacionar.
A pessoa tem um menor grau de independência e necessita de algum auxílio para desempenhar funções cotidianas, como tomar banho ou preparar a sua refeição.
Aqui, o autista manifesta dificuldades graves e costuma precisar de apoio especializado ao longo da vida.
Estando em uma crise ou não, todos os cuidados com uma pessoa autista, seja por parte de seus familiares ou profissionais, devem passar obrigatoriamente pelo respeito e pelo acolhimento.
O acompanhamento médico multidisciplinar (com pediatra, psiquiatra, neurologista, psicólogo e fonoaudiólogo, entre outros) é o tratamento mais recomendado para ajudar no desenvolvimento de uma criança autista e associa diferentes terapias para testar e melhorar as habilidades sociais, comunicativas, adaptativas e organizacionais. Pode incluir exercícios de comunicação funcional e espontânea, jogos e apoio a atitudes positivas para contrapor problemas de comportamento. É muito popular a adoção das abordagens terapêuticas Análise Aplicada do Comportamento (conhecido como Método ABA) e Terapia Cognitivo-Comportamental.
Até o momento, não há remédios específicos para tratar o autismo, embora já haja alguns em teste e essa seja uma prioridade das pesquisas. Porém, as terapias (ao lado) são frequentemente combinadas com medicações capazes de tratar condições associadas, como insônia, hiperatividade, agressividade, falta de atenção, ansiedade, depressão e comportamentos repetitivos.
Por último, e talvez mais importante e essencial, está o treinamento com os pais, familiares ou pessoas que convivam com o autista. O contexto familiar é fundamental no aprendizado de habilidades sociais e o trabalho nesse âmbito traz grandes benefícios no reforço de comportamentos adequados. Também é comum que os profissionais que tratam a criança indiquem acompanhamento psicológico para a família, devido ao desgaste emocional que o distúrbio pode provocar.
Confira a seguir alguns passos que podem ajudar a pessoa com TEA:
Parece óbvio, mas não custa reforçar: é preciso ser capaz de ler os sinais que antecedem ou indicam a “chegada” da crise. Geralmente, a criança fica retraída ou tensa, apresenta instabilidade emocional e determinados movimentos corporais.
Quando for possível detectar os sinais de alerta, distraia a criança da melhor forma, direcionando seu foco para outra situação, evitando o aumento das emoções.
Passar segurança e tranquilidade para um autista à beira de uma crise é essencial. Ou seja, respire fundo, fale tranquilamente e com a voz baixa, evite movimentos bruscos e seja paciente.
Mas lembre-se: nenhuma das dicas acima substitui o acompanhamento médico regular, bem como a procura pelos auxílios profissionais listados anteriormente, ok?
2 de abril | Dia Mundial da Conscientização do Autismo
Esta página foi traduzida automaticamente pela ferramenta GTranslate e pode conter erros e traduções imprecisas. Agradecemos a compreensão e seguimos trabalhando para melhorar a experiência de nossos usuários.