Prevenir é preciso. Conhecer é precioso.
A informação é uma das principais armas contra o HIV e a aids. Entender o que é o vírus, como ele age e qual a diferença entre HIV e aids não só reduz o estigma, como também salva vidas. Neste Dezembro Vermelho, convidamos você a conhecer melhor esse universo, se cuidar e cuidar de quem você ama.
Qual a diferença entre HIV e aids?
Se você é da turma que ainda se confunde com os termos HIV e aids ou acha que são sinônimos, esse artigo é para você. Os termos têm significados diferentes e usá-los de maneira incorreta pode causar bastante confusão, uma vez que nem toda pessoa que tem HIV tem aids.
O que é HIV?
HIV é a sigla de Human Immunodeficiency Virus (Vírus da Imunodeficiência Humana, em português). É um vírus que ataca o sistema imunológico e faz com que ele não consiga se defender de outras infecções. Seu alvo principal é o linfócito T-CD4+, responsável por memorizar os microrganismos que já infectaram o corpo para poder reconhecê-los e destruí-los.
Ao se infectar com HIV, a pessoa nem sempre desenvolve aids, mas viverá com ele por toda sua vida, já que não existe cura. Porém existem tratamentos com medicamentos antirretrovirais (ARV) para controlar a multiplicação do HIV no organismo, evitando o enfraquecimento do sistema imunológico e prevenindo a evolução para aids.
Além disso, o tratamento possibilita a redução do vírus a ponto deste ficar suprimido/indetectável e ser intransmissível. O SUS distribui medicamentos antirretrovirais (ARV) gratuitamente para qualquer pessoa que viva com HIV, independentemente da sua carga viral.
Recentemente, em 2021, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um novo medicamento para o tratamento de HIV que combina duas diferentes substâncias em um comprimido. As substâncias já eram utilizadas, mas agora elas são usadas em apenas uma dose diária, em apenas um comprimido, facilitando o tratamento e a adesão dos pacientes.
Em 2025, o Brasil iniciou um tratamento inédito para pessoas que desenvolveram resistência a antirretrovirais, ampliando ainda mais as possibilidades de tratamentos, já que o SUS oferece, atualmente, 23 medicamentos para tratamento de HIV e aids, além de testes, preservativos e profilaxia para prevenção à infecção.
O que é aids?
Conforme a infecção pelo HIV avança, o sistema imunológico se enfraquece, até que ele não consegue mais combater os agentes infecciosos, se transformando em aids, que é a sigla de Acquired Immune Deficiency Syndrome (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, em português).
Mas não pense que é rápido, pelo contrário, o vírus pode levar de 30 a 60 dias só para começar a produzir anticorpos anti-HIV e os primeiros sintomas se assemelham a gripe, por isso, podem passar despercebidos. Até que o HIV enfraqueça o organismo a ponto de não conseguir combater novas doenças, pode levar anos e, até lá, ele fica assintomático.
Os sintomas começam devagar: febre diarreia, emagrecimento e suores noturnos. Depois, eles vão se desenvolvendo e podem surgir alterações na pele, infecções bacterianas graves múltiplas, diarreia crônica, entre outros.
Com o tempo, se a pessoa não sabe da infecção ou não segue o tratamento, pode contrair doenças como hepatites virais, pneumonia, tuberculose e alguns tipos de câncer.
Resumindo, pode-se dizer que a diferença entre HIV e aids é que a aids é uma doença que pode ou não ocorrer com a evolução do HIV. Por isso, é importante diagnosticar o mais cedo possível e controlar a carga viral do HIV.
Existe tratamento preventivo para HIV?
A forma mais eficiente de prevenção do HIV é a utilização de preservativos e ações como utilização de seringas e agulhas descartáveis e de luvas para manipulação de feridas e líquidos corporais.
Em casos de situações de risco, como com trabalhadores/as do sexo e parcerias sorodiferentes (quando uma pessoa está infectada pelo HIV e a outra não), também existe a possibilidade de uso da PrEP (Profilaxia Pré-Exposição ao HIV), que reduz a possibilidade da pessoa se infectar com o vírus.
Mas vale lembrar que ela não previne gravidez e outras infecções sexualmente transmissíveis como clamídia, gonorreia, sífilis, HPV e hepatites. Por isso, a recomendação é continuar com o uso da camisinha sempre que possível.
Existe também a PEP (Profilaxia Pós-Exposição), que pode ser usada caso tenha havido um possível contato com o vírus como relações sexuais desprotegidas, violência sexual ou acidente ocupacional com contato direto com material biológico. Para que funcione, esse tratamento deve ser utilizado em até 72 horas e dura 28 dias e é oferecido gratuitamente pelo SUS. Ele também não substitui o uso de preservativos.
O HIV também pode ser transmitido durante a gestação, trabalho de parto e amamentação, quando a mãe é HIV-positiva. Nesses casos, uso de antirretrovirais podem ajudar a prevenir o contágio do bebê pela chamada transmissão vertical.
Quando fazer o teste de HIV?
O teste de HIV deve ser realizado regularmente, principalmente se você fizer sexo sem camisinha. Porém, ele conta com um período chamado de janela diagnóstica, que é o tempo que o vírus leva para se tornar detectável. Sendo assim, quando houver resultado negativo, mas a suspeita ainda existir, deve-se realizar um novo teste em, pelo menos, 30 dias.
Atualmente, já existe o autoteste, que você pode encontrar gratuitamente no SUS ou comprar em farmácias físicas e online. Ele pode ser feito em casa mesmo, basta seguir corretamente as informações da bula. Saiba onde encontrar o autoteste gratuitamente.
Combater o HIV e a aids vai muito além do uso da camisinha
O combate ao HIV passa também por quebrar tabus, compartilhar informações corretas e incentivar o diagnóstico precoce. Quanto mais cedo o vírus for identificado, maiores são as chances de controlar sua evolução e evitar que ele se transforme em aids.
A prevenção começa no conhecimento – e ele vale ouro. Informe-se, proteja-se e ajude a espalhar essa ideia.