Enfermidade mais antiga da humanidade, a Hanseníase é uma doença conhecida há mais de 4.000 anos, originária nos continentes asiático e africano – segundo especialistas, da Índia, China, Japão e Egito – e está relacionada a condições sociais, econômicas e ambientais desfavoráveis.
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada por uma bactéria (Mycobacterium leprae), de evolução crônica. A doença atinge pele, mucosas e nervos periféricos e teve o termo “lepra” ressignificado socialmente no Brasil (de acordo com a Lei 9.010, sua utilização é proibida em documentos oficiais).
A modificação para a descrição do termo “Hanseníase” auxiliou todas as pessoas acometidas pela doença no sentido de uma melhor aceitação e consequente acolhimento, fator primordial e necessário para o decorrer do tratamento.
Transmissão da Hanseníase
Ocorre quando uma pessoa doente (contagiante) e sem tratamento elimina o bacilo através de espirros, tosse e fala, infectando pessoas suscetíveis. Diferente do que se considerava anteriormente, o contato com utensílios de uso comum do doente não transmite a doença.
Esse estigma, por muito tempo, foi responsável pela discriminação histórica envolvendo a enfermidade e, consequentemente, dificultou seu acompanhamento e tratamento.
A doença pode apresentar longos períodos de incubação antes do surgimento de qualquer sintoma. Em média, essa janela é de 2 a 7 anos, podendo chegar a até mais de 10 anos em alguns casos.
Sinais e Sintomas
Diagnóstico
- Manchas brancas, castanhas ou vermelhas na pele
- Diminuição ou perda da sensibilidade cutânea
- Formigamento, cãibras e dormências nos braços e pernas
- Caroços na pele
- Diminuição ou perda de pelos, principalmente nas sobrancelhas
Caso apresente qualquer um desses sintomas, busque atendimento médico para a definição, quanto antes, do diagnóstico e do tratamento.
Os casos de Hanseníase são basicamente diagnosticados pelo exame físico através da identificação das lesões suspeitas e da confirmação da alteração da sensibilidade local, além de exames dermatológicos e neurológicos.
Em crianças com quadro suspeito de Hanseníase, há a necessidade de maior critério na avaliação e no diagnóstico devido à maior dificuldade na avaliação de sensibilidade.
Tratamento
O tratamento medicamentoso da Hanseníase envolve a associação de três antimicrobianos: rifampicina, dapsona e clofazimira. Essa associação é denominada Poliquimioterapia Única (PQT-U) e está disponível nas apresentações adulto e infantil de forma gratuita e exclusiva no Sistema Único de Saúde (SUS).
Disque Saúde 136
Dentre as várias atribuições do canal de comunicação do Ministério da Saúde, está também o recebimento de denúncias de discriminação contra pessoas com Hanseníase. A ligação é gratuita. Devemos evitar a estigmatização da doença e combater a exclusão social dos pacientes, trazendo o acolhimento adequado para a adesão ao tratamento e posterior cura completa.