Dia da Consciência Negra: Saúde à Cor da Pele

13 de outubro de 2025

dia da consciência negra

Por questões genéticas e ambientais, casos de hipertensão, anemia falciforme, diabetes tipo 2, glaucoma e câncer de próstata são mais comuns em pessoas negras. Além disso, fatores como exclusão e vulnerabilidade social aumentam a presença de doenças evitáveis nessa população.

A falta de acesso adequado à saúde, o racismo institucional e a desigualdade socioeconômica geram condições em que as pessoas de pele preta têm menos chances de receber cuidados médicos de qualidade, o que, consequentemente, impacta de forma negativa em sua saúde e expectativa de vida.

Neste Dia da Consciência Negra, lhe convidamos para uma reflexão sobre como as políticas públicas, o combate ao preconceito racial e a promoção de uma saúde integral são fundamentais para uma sociedade saudável para todos. A luta por igualdade de direitos e pela valorização da vida negra é também uma luta pela melhoria das condições de saúde dessa população.

Racismo e Desigualdade no Sistema de Saúde

A relação entre racismo e saúde é complexa e multifacetada. Estudos indicam que o racismo estrutural e institucional impacta diretamente o acesso dos negros aos serviços de saúde e a qualidade do atendimento que recebem.

De acordo com a pesquisa “Racismo e Saúde no Brasil” do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), mais de 60% da população negra relata já ter sido tratada de forma desigual em instituições de saúde, seja por meio de negligência, estigmatização ou demora no atendimento. Isso revela uma disparidade alarmante no cuidado com a saúde entre as raças, resultando em um ciclo de agravos e mortes evitáveis.

Existem diversas condições de saúde que atingem desproporcionalmente a população negra, seja por predisposição genética, seja por fatores sociais:

  • Hipertensão Arterial – a prevalência de hipertensão entre os afro-brasileiros é significativamente maior do que entre brancos, e as complicações dessa condição (como doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais) causam uma taxa de mortalidade mais alta nessa população.
  • Anemia Falciforme – esta doença genética, mais comum em pessoas de ascendência africana, causa uma série de complicações sérias, como crises de dor intensa, infecções recorrentes e danos a órgãos. No Brasil, estima-se que mais de 1 milhão de pessoas convivem com a anemia falciforme, com a maioria sendo de origem negra.
  • Diabetes Tipo 2 – a obesidade e o diabetes tipo 2 são mais prevalentes entre pessoas negras, em parte devido a uma combinação de fatores como dieta, níveis mais elevados de estresse e acesso limitado a cuidados preventivos e de saúde.
  • Glaucoma – estudos indicam que negros têm até quatro vezes mais chances de desenvolver a forma mais grave do glaucoma e, frequentemente, com menos diagnóstico precoce.
  • Câncer de Próstata – o risco de diagnóstico para negros é 1,6 vezes maior do que para os homens brancos. Além disso, a taxa de mortalidade é mais alta. A falta de acesso a exames preventivos, como o PSA, e a dificuldade no acesso a tratamentos eficazes são fatores que contribuem para essa disparidade.

O Impacto do Racismo na Saúde Mental

O racismo não afeta apenas a saúde física, mas também a saúde mental da população negra. A constante vivência de discriminação racial, seja no mercado de trabalho, na rua, ou nas instituições de saúde, pode gerar níveis elevados de estresse, ansiedade e depressão.

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a população negra é mais suscetível a transtornos mentais, com uma prevalência mais alta de sintomas depressivos, transtornos de ansiedade e estresse pós-traumático.

Caminhos para a Equidade na Saúde

Para alcançar uma sociedade mais justa e saudável, além de políticas públicas desenhadas para garantir o acesso à saúde de qualidade para todos, é indispensável fomentar uma educação médica que combata o racismo no atendimento e promova o respeito à diversidade cultural e racial.

A implementação de programas de saúde voltados para a população negra, com foco na prevenção de doenças específicas e no tratamento adequado, pode diminuir a disparidade de saúde entre os grupos raciais.

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Conteúdo produzido pela equipe de Gestão de Saúde da MDS Brasil

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Responsável Técnico

Dr. Claudio Albuquerque

Diretor de Gestão de Saúde da MDS Brasil (CRM 188683)

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