imagina não poder ser quem você é!
E, assim, não poder sentir o que você sente, não poder gostar do que você gosta… Agora, imagina não ter escolha. Afinal, quem é não escolheu ser. Achou difícil de entender? Você nem imagina…
LGBTQIAP+
Nenhuma dessas letras é uma escolha. Mas você, sim, pode escolher. Escolher compreendê-las e, especialmente, respeitá-las. E como não tem como respeitar sem conhecer, confira a seguir tudo o que você precisa saber para dar esse primeiro passo tão significativo:
L
A letra L da sigla representa as lésbicas que se identificam como mulheres e se relacionam com outras mulheres.
G
O G é de gays, que se identificam como homens e se relacionam com outros homens.
B
O B representa os bissexuais que se relacionam tanto com homens, quanto com mulheres.
T
No T, temos os transgêneros, que não se identificam com o gênero (órgão sexual) atribuído no nascimento. Ainda dentro do T, temos duas subdivisões:
- Transexuais: podem ou não passar por uma transição social para se adequarem à sua identidade de gênero (tratamentos hormonais, cirurgias etc.).
- Travestis: indivíduos do sexo masculino que usam roupas e se expressam de forma feminina, mas nem sempre desejam mudar suas características.
Q
A letra Q vem de queer, que representa as pessoas que não se identificam com padrões e transitam entre os gêneros.
I
No I, há os intersexuais. Antes chamados de hermafroditas, possuem características sexuais biológicas que não se encaixam nas tipicamente atribuídas aos sexos feminino e masculino.
A
No A, são os assexuais, que têm nenhuma ou pouca atração sexual por qualquer pessoa.
P
Os pansexuais não se limitam apenas aos gêneros feminino e masculino, podendo se interessar por todos os seres humanos.
Não é confuso, é diverso!
A sigla por si só já é um exemplo da diversidade que ela mesma defende. Nela, são abordados os conceitos de identidade de gênero, orientação sexual e sexo biológico – que estão longe de ser a mesma coisa.
- Identidade de gênero: é o gênero com o qual você se identifica, ou seja, homem, não-binário ou mulher.
- Orientação sexual: é por qual tipo de pessoa você sente atração, o que te define como pansexual, homossexual, bissexual ou heterossexual.
- Sexo biológico: é a genitália e os cromossomos com os quais você nasceu, podendo ser macho, intersexo ou fêmea.
“Não poder ser quem você é” ameaça a saúde
- 20% das pessoas LGBTQIAP+ não sabem onde acessar suporte ou aconselhamento à saúde mental e bem-estar.
- 30% não procuram ajuda quando experienciam depressão.
- 40% nunca acessaram centros de saúde sexual.
Quem dera o problema ficasse só no âmbito do desconhecimento. Mas a verdade é que o preconceito em relação à população LGBTQIAP+ se traduz de formas variadamente violentas e prejudiciais: até 1990, a homossexualidade era considerara doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o que diz muito sobre o acesso à saúde por parte dessa população.
“Não poder ser quem você é” ameaça a educação
- 73% dos alunos LGBTQIAP+ já sofreram agressões verbais por conta de sua orientação sexual.
- Enquanto 68% as sofreram por sua identidade de gênero.
Seja por violência emocional, como o bullying, ou física, a discriminação no ambiente educacional costuma resultar na queda drástica do desempenho escolar da vítima ou, pior, no abandono dos estudos.
“Não poder ser quem você é” ameaça a vida profissional
- 41% dessa população afirma já ter sofrido algum tipo de discriminação no ambiente de trabalho.
- 61% dos funcionários gays e lésbicas decidem por esconder sua orientação sexual de gestores e colegas por medo de serem demitidos.
- 90% dos travestis se prostituem por não conseguir emprego, mesmo com boas qualificações.
Mesmo nos casos em que o prejuízo profissional nã o começa lá atrás – no âmbito educacional –, as dificuldades reaparecem no mercado de trabalho, em forma de falta de oportunidade, estagnação profissional, violência, medo e depressão.
“Não poder ser quem você é” é questão de vida ou morte
- A cada 19h, uma pessoa LGBTQIAP+ morre no Brasil vítima de preconceito.
É comum ouvir que minorias querem ser privilegiadas e ter mais direitos que os outros. No entanto, foi só em 2019 que o STF decidiu a favor da criminalização da LGBTfobia, equiparando-a juridicamente ao racismo, inafiançável e imprescritível, com pena de um a três anos de detenção e multa.
Ser respeitoso e inclusivo em nada afeta a vida. Ser preconceituoso, sim: a vida alheia. Quem será que está realmente preocupado com privilégios?

Conteúdo produzido pela equipe de Gestão de Saúde da MDS Brasil
Responsável Técnico: Claudio Albuquerque, Diretor Médico da MDS Brasil – CRM 188683