Junho é o mês da diversidade, e para começar essa reflexão, é importante se perguntar se você já ouviu falar em etarismo, ageísmo ou idadismo? Aliás, essa última, idadismo, será incluída na nova edição do “Dicionário da Língua Portuguesa” definida como atitude de discriminação e preconceito com base na idade.
O etarismo é o terceiro maior “ismo” do mundo ocidental. Ficando atrás do racismo (discriminação com base em etnia ou cor) e do sexismo (preconceitos e discriminações que se baseiam no gênero ou na orientação sexual).
Há um tempo esses termos não eram tão divulgados e nem conhecidos, mas algumas situações atuais vêm trazendo à tona a discussão sobre o preconceito devido a idade, seja a idade baixa ou alta, mas, principalmente a estereotipação de pessoas mais velhas e o quanto isso pode afetar o seu bem-estar.
Se informar sobre o tema é necessário porque entre os diversos tipos de preconceitos que lidamos, o etarismo é o terceiro maior “ismo” do mundo ocidental, atrás do racismo e do sexismo, e assim como qualquer tipo de exclusão, ela também precisa ser compreendida para ser combatida.
Enquanto a Organização Mundial da Saúde já apontava desde 2016 que o etarismo é um dos maiores problemas em termos de discriminação e que pessoas expostas aos seus efeitos podem viver em média 7,5 anos a menos, também temos a informação de que, segundo o IBGE, 26,1% da população brasileira tem mais de 50 anos, e que daqui menos de 10 anos, haverá mais idosos que crianças e adolescentes.
Ou seja, a expectativa de vida no Brasil mudou, e hoje falamos em 77 anos, portanto o conceito de “ser velho” aos 50 anos deve mudar também (aliás, nada mais antiquado, não é?). Conforme o Relatório Mundial sobre Idadismo da OMS, existem três estratégias para diminuir o etarismo:
- Políticas e leis
- Atividades educativas
- Intervenções de contato intergeracional, que nada mais são que os estímulos à comunicação entre as gerações, com intercâmbio de vivências e experiências.
É sobre promover a diversidade em diferentes contextos e criar relações saudáveis entre todas as idades.
Etarismo no mundo do trabalho
Se a população envelhece, o mercado de trabalho precisa acompanhar a tendência, adotar processos seletivos mais inclusivos, vagas que atendam essa necessidade e potencializar a diversidade etária, considerando os ganhos da integração e debates de pessoas de diferentes idades, pontos de vista e perspectivas.
Enquanto os estereótipos só prejudicam essa interação e riqueza de trocas, vale considerar que todos possuem defeitos, mas a ideia é focar nas qualidades de gerações que podem se complementar, por exemplo, pessoas maduras possuem experiência, comprometimento, desenvoltura, paciência, conhecimento, e ao gerar convivência com pessoas mais jovens, as organizações garantem mais equilíbrio, representação, inovação, criatividade e envolvimento.
O etarismo, assim como qualquer outra forma de discriminação, também é uma demonstração de ausência de conhecimento e instrução, portanto convidamos todas e todos a pesquisarem mais sobre o assunto, e se possível, até mesmo dentro de suas famílias, ou círculos de convivência, se beneficiarem das trocas entre diferentes gerações.
Então, voltando ao início dessa nossa conversa, saber o que significa o etarismo, ou idadismo, poderá ampliar o entendimento do contexto e reverter suas consequências para a saúde, o bem-estar e os direitos humanos da população!
Conteúdo produzido pela equipe de Gestão de Saúde da MDS Brasil
Responsável Técnico: Claudio Albuquerque, Diretor Médico da MDS Brasil – CRM 188683