Embora a maternidade possa ser um sonho para algumas meninas e adolescentes, existe a hora certa para um momento tão determinante. Afinal, a gravidez precoce traz prejuízos físicos, psicológicos e sociais para a mãe e para o bebê.
Por isso, em 2019, foi criada a Lei nº 13.798, que instituiu a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, com o objetivo de chamar a atenção das pessoas para discutir políticas de prevenção. É por meio dela que meninos e meninas podem tomar decisões responsáveis.
A data ocorre sempre na primeira semana de fevereiro e foi escolhida para aproveitar o início do ano e a véspera do Carnaval – um período de maior suscetibilidade – para divulgar métodos contraceptivos.
A realidade no Brasil e no mundo
De acordo com o SUS (Sistema Único de Saúde), um a cada sete bebês nascidos é filho de mãe adolescente e, por hora, nascem 44 bebês de mães adolescentes no Brasil. Dessas, duas tem entre 10 e 14 anos.
A taxa mundial de nascimentos de crianças filhas de mães entre 15 e 19 anos é de 46 a cada mil meninas. No Brasil, são 68,4 gestações nesta fase da vida a cada mil. Embora os números venham diminuindo nos últimos anos, a situação ainda é muito preocupante.
Consequências da gravidez na adolescência
A gestação precoce pode trazer prejuízos e riscos tanto à gestante quanto ao bebê.
Para a mãe
- Morte materna e infantil
- Parto prematuro
- Anemia
- Eclâmpsia
- Diabetes gestacional
- Hipertensão
- Restrição do crescimento fetal
- Depressão e psicose puerperal
- Acompanhamento pediátrico falho
- Evasão escolar
- Baixa autoestima
- Vulnerabilidade social e econômica
- Baixa qualificação profissional
Para o bebê
- Prematuridade
- Pequeno para idade gestacional
- Baixo peso
- Síndromes e infecções congênitas
- Necessidade de UTI neonatal
- Traumatismos e repercussões do parto (hipóxia, paralisia cerebral)
- Dificuldades de amamentação
- Risco de negligência
Situações que favorecem a gravidez na adolescência
- Falta de acesso a serviços de saúde
- Vulnerabilidade social
- Uso de álcool e outras drogas
- Baixa escolaridade
- Abuso sexual
Tudo se resume à prevenção
A educação sexual para crianças e adolescentes (sejam meninas ou meninos) é fundamental porque os ajuda a compreender o funcionamento do próprio corpo e, consequentemente, a identificar quando algo não parece normal. Isso não só levanta suspeitas de gravidez, mas também de ISTs. Além disso, sabe-se que a educação sexual pode ajudar a evitar casos de abuso e/ou violência sexual.
É importante também que os adolescentes tenham pleno conhecimento e acesso aos métodos contraceptivos disponíveis. Seja em casa ou na escola, o assunto não pode nem deve se tornar um tabu.
Conteúdo produzido pela equipe de Gestão de Saúde da MDS Brasil
Responsável Técnico: Claudio Albuquerque, Diretor Médico da MDS Brasil – CRM 188683